Precisa-se de um filósofo
ou alguém para explicar
a arte artística de fazer bolinhas de sabão.
(Sou uma artista
de bolinhas de sabão
acharei um filósofo para explicar minha arte,então?)
Todavia
toda via
é uma via inteira.
Não uma via pela metade.
Nem uma via e meia.
O pescador,
com muita cautela,
pesca peixes,
caranguejos
e baleias.
O escritor,
com muito cuidado,
escreve peixes,
caranguejos
e baleias.
A menina,
da pele alva,
fala com peixes,
caranguejos
e baleias.
Entretanto é entretempo
e
entretempo é entretanto
mesmo enquanto bolinhas de sabão saem voando;
mesmo enquanto o vizinho de cima arrasta cadeiras;
mesmo que entre o fogão e a frigideira.
Posto que dizer falácias
de cima de falésias
pode não ser uma boa idéia.
Viver de poesia
hoje em dia
pode levar a miséria.
Uma... duas... três pegadas de insetos na areia.
.
.
Imagem: Gus Finklestein
Um comentário:
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Explendido. Adorei a forma que escreve. É inteligente e quando eu leio tem um ritmo que dá vontade de cada vez ler mais.
Sem contar com as percepções diversas que aparecem. Fascinante!
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