domingo, 12 de julho de 2009

Bolando o plano B


Precisa-se de um filósofo

ou alguém para explicar

a arte artística de fazer bolinhas de sabão.

(Sou uma artista

de bolinhas de sabão

acharei um filósofo para explicar minha arte,então?)


Todavia

toda via

é uma via inteira.

Não uma via pela metade.

Nem uma via e meia.


O pescador,

com muita cautela,

pesca peixes,

caranguejos

e baleias.

O escritor,

com muito cuidado,

escreve peixes,

caranguejos

e baleias.

A menina,

da pele alva,

fala com peixes,

caranguejos

e baleias.


Entretanto é entretempo

e

entretempo é entretanto

mesmo enquanto bolinhas de sabão saem voando;

mesmo enquanto o vizinho de cima arrasta cadeiras;

mesmo que entre o fogão e a frigideira.


Posto que dizer falácias

de cima de falésias

pode não ser uma boa idéia.

Viver de poesia

hoje em dia

pode levar a miséria.


Uma... duas... três pegadas de insetos na areia.

.

.

Imagem: Gus Finklestein

Um comentário:

Anônimo disse...

Como não há comentários aqui?
Explendido. Adorei a forma que escreve. É inteligente e quando eu leio tem um ritmo que dá vontade de cada vez ler mais.
Sem contar com as percepções diversas que aparecem. Fascinante!