quinta-feira, 22 de abril de 2010

Gauche

Eu vejo um luxo, eu vejo um china, um luxo, um nóia, um luxo, um pastel de vento, um luxo, uma pomba, um luxo, uma velha enrugada a gritar. Para que tanto luxo chafurdado no lixo?


O ratinho é tão miúdo,

sempre atrás de uma réstia de sol,

de um farelo.


Ele quis tomar uma pílula que lhe explodisse o peito. Não entendi o porquê já que ando por aí, todos os dias, de peito estraçalhado como tivesse comido uma granada no café da manhã e não acho bom...


Uma semana para construir um castelo, e outra para preparar as barricadas. Não me faça começar o jogo sem estar armada, não faz sentido ser princesa general sem coroa e uma boa espada.


O que penso sobre o mundo?

Ora, não penso nada, cansei de pensar.


O pequeno pássaro amarelo comeu uma amora, manchou o bico de roxo, pegou um cisco para o ninho e foi embora. Ele sempre está indo, indo, indo, indo para sempre para algum lugar. Inquieto esse pequeno pássaro amarelo, amarelo esse pequeno pássaro amarelo.


Não quero ir num duelo de pandeiro, nem em um duelo de maneiros.

Pensei em não pensar em nada, pensei que desejo não pensar e me peguei todo o tempo pensando em pensar em nada.


- Alô, tudo bem? Quem está falando? Você pode me ouvir?

- Não??? Que tipo de surdo você é idiota?

Alegria demais me cansa.

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imagem: Ritva Voutila

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