A barboleta pousou de leve. De onde teria vindo tão delicada criatura? Ali só habitavam lagartos e dragões cuspidores de fogo, nada mais. Ele próprio era um ser estranho naquele mundo hostil. Sua cor nem ao menos combinava com a paisagem. Mais uma vez se pos a andar. O pequeno inseto colorido e alado ficou para trás, logo vai sumir na boca grande de um réptil qualquer. Nada que não seja predador sobrevive nesse mundo.
O deserto invade-o. Há sete mil dias que permanece sozinho naquele lugar. Quem sabe tenha caído do céu, saído do mar? Não existe nada que possa ajudá-lo em tal busca, nenhum vestígio, apenas poeira e desespero por toda a parte. A água que bebeu é nojenta, o ar tem cheiro de merda, sua morada é toda parte e lugar nenhum.
Tudo é igual, mil passos à frente e parece não ter mudado de espaço. Talvez os bichos que vê sejam sempre os mesmos, ou, aqueles que vêm já venham com pensamentos iguais aos de outrora. Pois de tudo o que sempre ouviu nada mudou, idéias furadas, concepções atrofiadas.
A única erva que ali cresce esparsamente chamam de deus. Não se sabe de onde veio, nem o porque. Nunca descobriram seu antídoto. Olhos vermelhos e a boca espumante, quem a possui logo debater-se-á em espasmos convulsivos. E quando a normalidade aparentemente voltar, atacar-se-ão mutuamente, até que o sangue azul de algum deles manche a terra. É engraçado observar, porém, hora essa ou aquela perde a graça.
Ainda lembra o dia em que um deles começou a ter idéias, dúvidas, pouco tempo teve para nada, foi logo morto, apedrejado, esquartejado. Ele, o ser estranho, não opinava apenas mantinha a distância, eram traiçoeiros seus vizinhos, perigosos perseguidores do que ia a favor de qualquer evolução.
Na sua chegada tentara estabelecer contato, fora inútil, eram surdos para o diferente. E agora há pouco vira a linda barboleta, como era louca de arriscar-se em semelhante terreno. Deveria ter-lhe prevenido, avisado sobre a intolerância reinante. Pobre dela, suas asinhas servirão de exemplo para quem quer que seja um pouco sonhador.
Cansou de tentar. Sentar-se-á naquela sombra, para algo esperar. Nada de cores, nada de amores, condenam-te somente às dores. E como revidar? És sozinho, ou haverá outros como tu em outro lugar?
O deserto invade-o. Há sete mil dias que permanece sozinho naquele lugar. Quem sabe tenha caído do céu, saído do mar? Não existe nada que possa ajudá-lo em tal busca, nenhum vestígio, apenas poeira e desespero por toda a parte. A água que bebeu é nojenta, o ar tem cheiro de merda, sua morada é toda parte e lugar nenhum.
Tudo é igual, mil passos à frente e parece não ter mudado de espaço. Talvez os bichos que vê sejam sempre os mesmos, ou, aqueles que vêm já venham com pensamentos iguais aos de outrora. Pois de tudo o que sempre ouviu nada mudou, idéias furadas, concepções atrofiadas.
A única erva que ali cresce esparsamente chamam de deus. Não se sabe de onde veio, nem o porque. Nunca descobriram seu antídoto. Olhos vermelhos e a boca espumante, quem a possui logo debater-se-á em espasmos convulsivos. E quando a normalidade aparentemente voltar, atacar-se-ão mutuamente, até que o sangue azul de algum deles manche a terra. É engraçado observar, porém, hora essa ou aquela perde a graça.
Ainda lembra o dia em que um deles começou a ter idéias, dúvidas, pouco tempo teve para nada, foi logo morto, apedrejado, esquartejado. Ele, o ser estranho, não opinava apenas mantinha a distância, eram traiçoeiros seus vizinhos, perigosos perseguidores do que ia a favor de qualquer evolução.
Na sua chegada tentara estabelecer contato, fora inútil, eram surdos para o diferente. E agora há pouco vira a linda barboleta, como era louca de arriscar-se em semelhante terreno. Deveria ter-lhe prevenido, avisado sobre a intolerância reinante. Pobre dela, suas asinhas servirão de exemplo para quem quer que seja um pouco sonhador.
Cansou de tentar. Sentar-se-á naquela sombra, para algo esperar. Nada de cores, nada de amores, condenam-te somente às dores. E como revidar? És sozinho, ou haverá outros como tu em outro lugar?
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