segunda-feira, 24 de novembro de 2008

HAPPY NEW YEAR


Fica ficando nessa bagunça de nada com nada, tudo com tudo, mais ou menos com sei lá.


E você já não sabe se quer tudo ou mais ou menos ou coisa nenhuma.
Sei, o que te acalma é essa brisa que vem de longe somente para atingir o teu olfato, teu paladar, eriçar teus pêlos, fazê-la sorrir. Você fica ai querendo viver por osmose daquilo que está longe e atropela todos sem ver ninguém.


Sei, você respira, absorve e veste o cheiro de mato, de pirâmides, de infinito.
Esse vestido coberto de estrelas é tão belo e solitário.


Posso vê-la passar por minha rua cercada de abelhas.
Mil? Duas mil?
Quantas ABELHAS protegem você?


Vejo que procura algo o tempo todo, todo o tempo, atrás dos arbustos, embaixo das pedras, em tipos estranhos como nós. Às vezes sabe o que é e às vezes não, um dia esquece, no outro desiste e no próximo recomeça da parte em que acredita ter parado. Mas a certeza nunca existe, para ninguém, para nada.


Sei, acima de tudo você segue, em frente, para o lado, em diagonal, como lhe convir, sem parar, porque o mundo não para, o bonde não espera, e DERREPENTE NÃO MAIS QUE DERREPENTE é fim do ano de novo e mais um temporada se foi.
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imagem: Naoto Hattori

terça-feira, 4 de novembro de 2008

A semana passada INTEIRA


A semana passada inteira,
a semana inteira passada,
quando eu passava
ninguém me acenava.

Mas eu pensava.
Sim como pensava.
Pequenos planos que vão nos mantendo vivos,
irrealidades realizáveis eu tramava.

Sempre a gritar um grito mudo para ninguém
e que não é ouvido também.
Passo o passado pensando no passo que vou dar, no passo que já dei e não olho muito qual caminho vou pegar.
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imagem: Rembrandt Harmenszoon van Rijn

A Perfect Circle - Lullaby